Aparelho será disponibilizado neste semestre; conclusão dos dois últimos pisos dependem de doações
Com 10 anos de fundação, comemorados ontem, o Hospital do Câncer (HCa) de Uberlândia se prepara para receber, neste semestre, aparelhagem para radioterapia em 3D – que irradia as células doentes e preserva as saudáveis. O equipamento já foi adquirido pela Universidade Federal de Uberlândia. O prédio de 8,5 mil metros quadrados, no bairro Umuarama, zona leste, ainda está em ampliação. Dos cinco andares, dois estão em construção e aguardam doações para serem finalizados. Os novos pavimentos terão capacidade para 24 leitos de internação, setor para cirurgias — hoje feitas no Hospital de Clínicas (HC) —, setor de transplantes de células-tronco e medula e Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A radioterapia tridimensional (3D) hoje é encontrada em Uberlândia apenas na rede particular. Um tratamento para câncer de próstata, por exemplo, pode girar em torno de R$ 12 mil, segundo uma clínica da cidade.
O hospital depende de doações para concluir as obras nos dois últimos pisos. A previsão é que sejam necessários R$ 10 milhões. Em 2009 foram arrecadados cerca de R$ 2 milhões por intermédio do Grupo Luta Pela Vida, responsável pela construção e ampliação do prédio. A contrapartida do Sistema Único de Saúde (SUS) é de R$ 800 mil por mês, destinados apenas aos tratamentos médicos.
O Hospital do Câncer é referência para cerca de 60 cidades de Minas Gerais, sul de Goiás, norte de São Paulo e do Mato Grosso. O local tem um fluxo de cerca de 350 pacientes e uma média de cinco novos casos por dia. “Como Uberlândia tem gente de todo o país, os familiares dessas pessoas não encontram assistência em suas cidades e passam a tratar aqui. Na prática é um hospital de referência nacional”, disse o médico Eurípedes Barra, diretor do hospital.
Esperança e valorização dos pacientes
Para Adriana dos Santos, de Carmo do Paranaíba, a 270 quilômetros de Uberlândia, o Hospital do Câncer (HCa) representa a cura de seu filho, Rafael, de 12 anos, diagnosticado com um tumor no intestino há cinco anos. “Este hospital nos deu de novo a vida dele. Não tenho condições financeiras para um tratamento particular. Ele ficou aqui e eu fui para uma casa de apoio. Agora ele se curou e vem de ano em ano para fazer acompanhamento”, afirmou.
Há dois anos, Creomar Gomes da Silva veio de Ituiutaba com o filho Deivisson, hoje com 7 anos. Com o diagnóstico de leucemia em mãos, Silva não sabia o que fazer com o filho. “Aqui eles explicam tudo. Cheguei tão desamparado e me surpreendi com o tratamento”, afirmou.
Fracinete Carvalho Silva, 34 anos, recebeu a notícia de um câncer na coluna há três meses. Ela já havia se curado de um tumor na mama há sete anos. As lágrimas de tristeza dividem espaço com o sorriso de esperança e de ser bem assistida pela equipe do hospital. “Eles faltam carregar a gente no colo. Quem estiver passando por isso, tem que ter fé em Deus e fazer a sua parte se tratando”, afirmou.
Números
Entradas anuais: 1,3 mil
Fluxo diário ambulatorial: 350
Novos casos diários: 5
Custo mensal: R$ 1 milhão
Leitos para internações: 24 adultos e 10 infantis
Índice de cura: 60% a 65%
Verba do Sistema Único de Saúde: R$ 800 mil/mês
2009
Consultas: 76.860
Procedimentos em oncologia: 5.803
Quimioterapias: 30.230
Radioterapias: 81.892
Visitas: 6.930
Doações ao Grupo Luta pela vida: R$ 2 milhões
Fonte: Correio de Uberlândia
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